Ser diferente + Música Antiga = Lê que você vai entender

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Eae

Eu estou aqui ouvindo a minha playlist de Soft Rock 70's e acabei me inspirando à escrever essa postagem sobre gosto musical, influências e estilos.
Desde bebê posso afirmar que já gostava de tudo que não era da minha época, lógico que por influência do meu pai que tinha O MELHOR GOSTO MUSICAL DO MUNDO!
Meu pai ouvia 70's e 80's, nacional e internacional. Lembro que com uns 3 ou 4 anos eu já era fã de algumas bandas, e cantava com embromeixon engraçadinho pra minha família,
Na verdade, durante a infância isso foi muito bem resolvido na minha vida, eu ouvia os discos e fitas do meu pai, curtia muito aquilo e basta.
Obvio que por influência da TV, eu conhecia todos os artistas e músicas da época (anos 90) mas sinceramente, o que eu queria ouvir de verdade eram os sons antigos. Eu chamava assim "Música antiga", não conhecia gênero nenhum, na verdade nem entendia o que as letras diziam, até em português. Eu ouvia música puramente por seu conteúdo melódico.


                       


No começo da puberdade, quando eu comecei à me moldar para agradar as pessoas, sim, porquê fazer parte de alguma coisa era muito importante pra mim. Eu acabei cedendo à MTV e adotei como gosto musical várias merdas da época que hoje, eu considero por saudosismo apenas. Eram Westlife, KLB, Hanson...etc
Coisa de adolescente, meninos bonitos cantando, dançando e apontando o dedo pra mim no video-clipe. Impossível resistir com a quantidade de hormônios que estavam em jogo naquele momento.
Mas vejam que loucura, graças ao KLB (se você não lembra, é nova demais para estar aqui haha)
eu conheci grandes músicas e artistas. Eles iam em programas de TV e cantavam Beatles, Bee Gees e alguns temas de filmes antigos como o Grease e Saturday Night Fever. 
Curiosa para saber quem eram os ídolos dos meus ídolos, eu fui atrás e descobri que eles ouviam justamente tudo aquilo que eu ouvia quando era criança. E foi aí que eu voltei às origens, larguei as boybands e fui buscar música em Sebos.


Bee Gees - I wish you were here

Descobri o Rock'n Roll muito nova, tinha 11 anos quando conheci Johnny Rivers, Chuck Berry, Beatles e Roy Orbison. Nessa época eu era fissurada em anos 60, minhas Barbies (sim, eu demorei um pouco para largar as bonecas) tinham réplicas de roupas vintage que eu mesma fazia. Meu sonho era ter minha festa de 15 anos com esse tema. Mas na época eu já estava curtindo outra década haha, enfim. 

Johnny Rivers - Poor Side of Town


Foi nessa época também que assisti o Grease - Nos tempos da Brilhantina, filme LINDO como meu muso John Travolta e minha musa best friend imaginária Olivia Newton John

Te amo Danny Zuco


Foi uma época muito difícil, pessoalmente. Foi quando minha depressão nasceu, pode-se dizer assim, já que ela nunca foi embora. Eu usava essas músicas como refúgio, eu me sentia tão fora do meu corpo. Hoje lembrando, parece que eu estava em coma, sério. Não lembro de nenhum  momento em que eu não estivesse deitada, chorando. Entendo a complexidade hormonal da adolescência mas isso não foi nada fácil de lidar, aliás, para todo adulto saudável que eu vejo, imagino como foi que ele sobreviveu à adolescência.

Como sempre, eu fugindo do foco.

Essas músicas eram pra mim, tanto um bálsamo como um veneno. Ao mesmo tempo que me enterravam mais ainda na depressão, elas me tiravam dela. Na verdade, hoje em dia eu consigo administrar isso. Uso as músicas tristes nos momentos mais sensíveis e as alegres, dançantes ou motivacionais, ouço sempre. Porquê é a frequência emocional que eu gosto de manter.


Carole King & James Taylos - So far Away


Do Rock'n Roll (around the clock) fui naturalmente para o Rhythm and Blues, e consequência da Antena 1 na minha vida o Soul Music e o termo mais bobo já usado, Soft Rock.  
Falo isso porquê apesar de serem "bandas de rock" quem os interpretava, essas músicas de longe, nem lembram Rock mesmo. Tá bem mais para "Pop", porém, hoje, essa descrição é usada pra definir as músicas mais dançantes e joviais.

Em 2002, totalmente embebida por Soft Rock, conheci minha banda favorita da vida toda; The Carpenters. Composta pelos irmãos Karen & Richard Carpenter e sua banda.
Me apaixonei pela voz da Karen e pela melodia depressiva das primeiras músicas que eu ouvi. Um ano depois, quando eu comprei o disco Close to You, descobri que minha depressão tinha trilha sonora haha.


                    


Quando comecei a me interessar pelos discos, em plena era do CD Player, nem preciso falar o Bulling que era. Mas na verdade, eu provocava isso também, porquê fazia questão que todo mundo soubesse que eu ouvia música antiga, que eu comprava discos, e roupas como os "velhos" faziam. Acho atípico uma menina de 12 anos fazer isso, mas hoje eu não acharia estranho se visse. Acabava que eu só engatava papo com gente mais velha, e poucas pessoas da minha idade que aceitavam meus gostos fora de época.

Nessa época não tinha internet, eu conhecia os artistas pelos encartes dos discos ou em revistas antigas que achava nos Sebos. Quando tinham posteres, eu colocava em algum lugar do quarto e olhava pra eles enquanto ouvia o disco. Eles eram intocáveis, como Santos numa capela. Divinos e inalcançáveis. 

Eu nunca conseguirei listar todos os artistas e músicas que eu gosto, porquê realmente são muitos e dos mais diversos gêneros. A maioria tem uma característica comum no processo de gostar muito de uma música, todas elas me derramam um balde de emoções e nostalgias. As vezes até de coisas ou épocas que eu nem vivi, mas com uma saudade de quem viveu e sente muita falta.

Paul Davis - Coll Night

Durante essa adolescência Offline, não fui muito além do que eu encontrava nos discos antigos. Mas acabei migrando dos 70's para os 80's por estar numa fase mais rebelde, voltei à ouvir Rock. Gostava de ouvir bastante coisa nacional da década como Raul Seixas, 14 Bis e Roupa Nova.
Foi a época que eu conheci o Pop e Rock 80's também e dediquei muita idolatria à eles.

Na escola, os mesmos problemas de convivência com TODO MUNDO já que não tinha tribo pra isso. 
Acabava me isolando com o Walkman (reprodutor de fitas k-7) mas sempre muito fiél à quem eu realmente era, nunca deixei que me diminuíssem por essa pequena diferença, mesmo quando tentavam bastante.


Hall & Oates - Out of Touch

Quando a depressão já estava praticamente sob controle, e eu já interagia bem com pessoas dos mais diferentes estilos, meio que conheci pessoas que viviam situações parecidas com as que eu vivia, mesmo não sendo iguais à mim. Naquela época, (2004,2005) o sertanejo não era como é hoje. Sertanejo era "coisa de velho" e "caipira". E conhecer meninas da minha idade que consumiam esse tipo de música, era muito bom porquê eu não me sentia sozinha. Hoje em dia isso não me faria tão bem, considerando que o sertanejo virou música de jovem dançar em casa noturna.

Level 42 - Something about You

Eu sempre consegui administrar meus gostos e sobreviver na época atual, mas engraçado que eu nunca aceitei estar aqui saca? Vivendo nessa vida e desse jeito. Minha mãe diz que isso é problema de vida passada que eu preciso superar, mas acho que não. É só falta de adaptação, sei lá. Acho que a sociedade te impõe muitas coisas, e quando você se recusa à seguir, tem que pagar esse preço da solidão e incompreensão alheia.

Tears for Fears - Head over Heels

Com a internet, minha vida social finalmente pode ser chamada de vida, no Orkut descobri que existiam pessoas como eu em todo canto e até mais jovens. Conheci muita gente, e essas pessoas me apresentaram mais um monte de bandas excelentes e eu me senti tão nada perto dessa gente. Eu achava que era a top fodona do conhecimento musical e aquelas pessoas sabiam TANTO conheciam TANTO. Eu queria ser como elas e foi aí que eu descobri que era possível BAIXAR DISCOGRAFIAS COMPLETAS COMPLETAMENTE GRÁTIS
Isso não é legalizado galera, vai com calma na pirataria. 

Eu baixo meus disquinhos aqui ó
http://murodoclassicrock4.blogspot.com.br/

Meu, depois da internet eu descobri que definitivamente, não dá pra ouvir apenas um gênero musical. Desencanei bonito dos estereótipos e comecei a me definir como Uma pessoa que gosta muito de Música, e não uma roqueira nem nada.

Depeche Mode - Enjoy the Silence

Já repararam o poder que a música tem? Falo isso não relacionado ao meu tipo de música nem o seu especificamente, mas qualquer tipo de música. Se você curte sei lá, Hip-Hop, eu imagino que é o tipo de som que procura ouvir para relaxar, se divertir, ou até esquecer problemas do cotidiano.
O que torna uma música realmente boa, é o que ela trás para as nossas vidas. Acho super errado julgar, criticar ou ofender diferentes gêneros musicais baseado em seus estereótipos. Não seja o babaca que tem os ouvidos fechados para ouvir só que ele julga bom, existem vários tipos de música para vários tipos de pessoa, cada uma deve consumir apenas o que gosta.

                        



E usar moda para julgar estilo musical é outra idéia que deve ser abolida. Hoje vejo meninas indo para festival Sertanejo de batom preto e colar de pentagrama. A Moda pode ter sido muito influenciada pela música mas já não fazem mais parte uma da outra. Não seja o roqueiro de preto nem o sertanejo de xadrez nem o rapper da calça no joelho! Se notar, os próprios interpretes musicais já se desprenderam desses rótulos, usam o que gostam, o que querem. Como a música deve ser também. 


Culture Club - Time

Eu sou uma pessoa bem aberta à novas músicas, às vezes ouço 1 som de determinada banda e baixo a discografia toda para conhecer, me identifico com o visual, ideologia, mas não sinto a mesma emoção pelos outros sons. São os One Hit Wonders, ou Bandas de uma música só. Viro fã do mesmo jeito, mesmo curtindo um som só.

Pode acontecer também de virar fã de uma banda só pelo visual, que era mais ou menos o que acontecia com as boy bands na minha puberdade. Você tá pouco se fodendo pro som que o cara faz, mas adora ficar assistindo os video-clipes ou se inspirando no visual.


Madonna - Borderline

- Mas derleana, você nunca vai ouvir música atual?

Depende.

Sinceramente, não me interesso pela música atual justamente por não me trazer aquela nostalgia que gosto de sentir quando ouço música. 
Acontece algumas vezes, de artistas da atualidade, usarem referencias antigas em música ou clipes e eu acabo gostando por isso, como fez a Lilly Allen, Amy Winehouse e faz ainda o Bruno Mars.
Eles tem excelentes referencias de música e usam isso em seus trabalhos. Acho demais e esse tipo de música tem o mesmo efeito em mim.

Bruno Mars - Treasure

Se quiserem que eu compartilhe um pouco mais sobre meu estilo musical só falar, caralhada.

Beijos


















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